Reluzente
floco de gelo, de onde vem tuas delineadas partículas atômicas?
Como se conformam teus átomos de
hidrogênio para dar espaço ao oxigênio que te medeia?
Quão impiedoso é o frio que
desagita teus elétrons para que mantenhas tão rija e cristalizada estrutura?
Por que te desfazes ao sol para
chorar as lágrimas que, descendo pelas cordilheiras, formam os rios?
(...)
Mergulho-te com meu dedo em um
copo de uísque. Tu submerges, rodopias, flutuas... me olhas.
Bebo um gole profundo do, agora,
glacial líquido.
Impiedosamente,
agrides minha combalida faringe. Sinto o teu poder. Me arranhas de modo indiferente,
cruel.
Assusto-me. E tusso...
(...)
Eis a
lição aprendida: o gelo, meus amigos, é como o amor feminino.
Em estado
frio, agride nossa saúde.
Sob
calor, é a fonte de toda a vida.
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