Pelo gélido e lúgubre caminho cruzou
o discreto cavaleiro da Justiça.
Despido das suas vestes talares,
sucumbiu àquilo que a todos une e a ninguém perdoa.
Permanece ainda silente,
compenetrado e sério; desta feita, no impassível repouso.
Vitimado pela irracionalidade do
destino, é, agora, não o juiz, mas o réu de uma sentença irrecorrível.
(...)
A qual outro homem moderno caberia
empunhar tão honrosamente a libra e o gládio?
Quais e quantos outros serviriam tão
solenemente ao seu circunspecto propósito?
Quem, às vésperas da obscuridade,
poderia trazer à Babel a cautela dos anciãos e a solidez do ósmio?
(...)
Solte esta pesada caneta, Forseti.
Descanse.
Não tens mais o dever do sopeso.
Tu, na verdade, não nos deixas, pois
viverás na memória dos teus.
A teu caminho seguirão outros,
imbuídos da tua prudência e rigor.
E se, por alguns, fores esquecido,
teus escritos falarão por ti, reverberando lições aos jovens.
Viva, agora, para sempre.
*Em memória de Teori Albino Zavascki
Legado inquestionável
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