Há um jargão popular que diz: “o silêncio nunca é uma má opção”. Eu,
sinceramente, não consigo deixar de entendê-lo como verdadeiro.
Com efeito, na dúvida, silencie. Se você
hesitou em dizer é porque seu cérebro está te ajudando e estendendo as mãos a
você. Ele está apontando a inconveniência das suas palavras. Aceite essa ajuda.
Seja agradecido.
Palavras dilaceram a carne crua e violentam
a consciência das pessoas. Uma palavra mal posta agride mais que um soco. Por
outro lado, um olhar ensina muito mais que um sermão.
Geralmente, arrependo-me não do que disse, mas do fato
de ter insistido em dizê-lo. Para minha consciência, o conteúdo dito é
irrelevante. Puno-me pela tolice de ter insistido em me pronunciar, pois, quando
o faço, estou, conscientemente, violando uma regra de sabedoria milenar, que
atribui o devido valor ao silêncio.
A verdade é que todos temos nossos defeitos
e, portanto, é, de certo modo, uma variante da hipocrisia estarmos sempre tecendo
juízos de valor sobre condutas e pessoas.
Além disso, corremos o risco da incoerência e, sobretudo, da inconsistência quando falamos muito. O resultado disso é a perda da credibilidade. Nada pior para um ser humano do que ter suas opiniões desprezadas por todos.
Enfim, a mensagem de hoje é: cuidado com as
palavras, você poderá ser cobrado por elas.
Aliás, no mundo contemporâneo, em que
tantos muito falam e a ignorância não é prerrogativa exclusiva de poucos, você
corre o risco de ser considerado virtuoso apenas por prezar pelo silêncio.
Chega a ser extravagante.
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